Máscaras

Máscaras caem, sobra ilusão;

Quem existe por trás dessa versão?

Cada manhã, uma face a vestir;

O espelho mostra um vazio a existir;

Mais uma máscara se perdeu;

(Outra verdade se dissolveu)

Por trás do disfarce, há alguém pra achar?

Como posso te enxergar?

No teatro que segue, me perco também;

Não lembro quem sou!

(Não sou ninguém!)

Não sei qual rosto é o seu;

Na escuridão, você se perdeu;

Pedaços no chão, vestígios seus;

Nomes esquecidos, sem rumo ou adeus;

Sorrisos moldados, falas ensaiadas;

Você é só isso: mil faces quebradas;

Outro papel escorre de suas mãos

(Qual será sua face em meio aos vãos?)

Por trás do disfarce, há alguém pra achar?

Como posso te enxergar?

No teatro que segue, me perco também;

Não lembro quem sou!

(Não sou ninguém!)

Sem rumo, sem direção

Cada dia, uma nova versão

As máscaras se acumulam, uma a uma vão pesar;

Sufocam em silêncio, sem poder respirar;

Perdida em cada papel que assumiu;

Dia após dia, até que se consumiu;

Mais uma máscara se vai;

(O que sobra quando tudo cai?)

Por trás do disfarce, há alguém pra achar?

Como posso te enxergar?

No teatro que segue, me perco também;

Não lembro quem sou!

(Não sou ninguém!)

Só mais um papel pra encenar;

Fragmentos no chão a espalhar;

Quando as máscaras caírem no final;

Há alguém verdadeiro, ou é tudo irreal?