Nos restos de nós

O que sobra no peito, quando a noite cai,

É o eco da tua voz rouca, a lembrar-me de outrora

No resto da gente, o calor não se desfez,

É saudade grudada no peito, é dor que não acaba mais!

Tua mão desfez o meu jeito, teu olhar ficou no espelho

E ainda tropeço no canto onde costurastes meus enganos.

Mas a cama ta fria, e o quarto escuro,

Os risos nos cantos ficaram mudos.

O que era promessa virou desatino

Que a gente carrega num peito franzino.

Se o vento toca a janela, é teu cheiro que vem,

Um rastro de ontem, no hoje, que já se desfez.

E nas coisas que fomos, nos becos que andamos

Eu vejo que fomos, mas nunca chegamos.

Faz-se o mundo um silêncio gritado

Faz-se o nó na garganta e o que era abrigo

Virou apenas lembranças.

Mas a cama ta fria, e o quarto escuro,

Os risos nos cantos ficaram mudos.

E, o que era promessa, virou desatino,

Que a gente carrega num peito franzino. 

Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 14/11/2024
Código do texto: T8196686
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