A Onça
No meio da roça
Fui pro rio para pescar
Era uma manhã de Sol
Dia bom pra aproveitar
Cheguei na beira do rio
Olha só quem tava lá
Uma onça a beber água
E tive que me dispersar
Eu com lança,vara e pau
Não pude nem me mexer
Estava aquele animal
Ali ainda sem me ver
Subi logo o matagal
Devagar pra não me ouvir
Fiquei esperando a tal
Sua sede diminuir
Foi então que ela me viu
Na paura ali fiquei
Comecei a me afastar
E numa pedra tropecei
Saí mancando mesmo
Com uma dor de chorar
Ela começou correr
Eu que não vou esperar
É perna pra quem te quero
Quê que fui me arrumar
Só por causa dessa onça
Agora não posso pescar
Ela está na minha cola
Agora tenho é que correr
E a coragem me ignora
Com esse medo de morrer
Consegui dá um perdido
Nesse terrível felino
Escondi lá numa gruta
Que eu ia quando menino
Tive sorte de repente
Que ela desistiu de mim
Eu fiquei então contente
E achei que ficou assim
Depois de um belo tempo
Desenvolvi curiosidade
De fininho fui saíndo
Porquê já estava tarde
Olhei pra todo lado
E nada desse predador
E eu ainda assustado
Ouvi um som apavorador
Por sorte não era nada
Era só o canto do urutau
Mas já ficava escuro
Que dia mais anormal
Eu cambembe fui embora
Guiado pelo pôr do Sol
Amanhã é outro dia
Cadê minha vara de anzol?!.