MIRARE*, reflexão escrita após ler a publicação abaixo
 * latim -  miraculum.i.

“Sabemos muito sobre Inteligência Intelectual (QI). Logo vem a nossa mente Albert Einstein, Nikola Tesla, entre outros tantos inventores que conseguem canalizar sua racionalidade de forma surpreendente. Logicamente, essa não parecia ser a única inteligência disponível. Em meados dos anos 90, Daniel Goleman trouxe o conceito da Inteligência Emocional (QE) e a importância do controle que podemos ter sobre nossas emoções. Essa inteligência tem se tornado cada vez mais importante com o avanço das tecnologias. Nosso controle sobre nossas emoções nos diferencia do restante das criaturas da Terra e agora, mais do que nunca, das máquinas.

Mas ainda parecia que faltava algo. Porque perguntamos nossos “por quês”? Porque questionamos, analisamos e procuramos sentido na nossa existência? Danah Zohar, uma física e filósofa americana, que estudou no MIT e em Harvard, e hoje leciona em Oxford, foi a primeira a levantar a bandeira da Inteligência Espiritual, ou em curto, QS (Spiritual Quocient). O QS é a inteligência que busca sentido à vida, nos traz propósito para o que fazemos e direciona às duas outras inteligências onde investir suas energias. Ela é tão importante que o não cultivo dela pode inibir o uso do seu QI e seu QE. Colocada graficamente, a Inteligência Espiritual é associada ao uso do cérebro como um todo, enquanto QI foca no lado esquerdo (racional) e o QE no lado direito (emocional).

De acordo com alguns pesquisadores, citados nos livros de Danah Zohar, hoje já existe comprovação científica para embasar o QS. A primeira delas, dirigida pelo neuropsicólogo Michael Persinger e pelo neurologista Ramachandran aponta a existência de um “ponto Deus” no cérebro humano. Essa pesquisa não prova a existência de Deus, mas sim que o nosso cérebro evoluiu de tal maneira que essas perguntas existenciais e sensibilidade para sentido e valores mais amplos são parte integral do ser humano, tendo regiões específicas do cérebro direcionadas para isso. Outra pesquisa de um neurologista austríaco, Wolf Singer, demonstrou que existe um caminho neural no nosso cérebro dedicado a dar sentido as nossas experiências. Cada vez mais entendemos que se não cultivarmos nossa inteligência espiritual estaremos desprezando uma parte importante de quem nós somos, estaremos deixando de acessar um pedaço importante desse lindo órgão que conecta nosso mundo interior aos estímulos do mundo exterior: nosso cérebro.

A Inteligência Espiritual é facilmente identificada em indivíduos que conseguiram conectar suas vidas a propósitos além deles mesmos. Não podemos deixar de citar aqui Mahatma Ghandhi, Nelson Mandela, Martin Luther King e Madre Teresa. Todos eles admirados porque conseguiram criar pontes onde haviam muros. Conseguiram gerar admiração em todos os cantos da Terra, não de um grupo pequeno, restrito e exclusivo de seguidores. Ser espiritualmente inteligente é saber encontrar essas pontes, é focar nas coisas que nos unem, e não naquilo que nos separa. Algo que o mundo tem carecido tanto em tempos de radicalismo, separatismo e distanciamento social.”

 
 
Publicado por: Samuel Pirondi
 11/12/2020 12:41
 
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