TRILHA DO AUTO DOS CANGACEIROS

CAMINHEIROS DO MEU SERTÃO

O sertão guarda o silêncio

Que ecoa dentro de nós

Onde o vento canta o verso

Mas a alma fica a sós.

Caminheiro segue a estrada

Entre pedras e espinheiros

Com a dor da terra arada

E o suor dos aventureiros.

O amor, flor que nasce breve

Às vezes seca na lida

Outras vezes, forte e leve

Floresce na seca da vida.

Oh, sertão desse Nordeste

Tua poeira é oração

Teu chão duro é testemunha

Da força do coração.

Nos meus versos, tenho a alma

Da saudade e da vastidão

E aprendo que a calma

Caminha nesse sertão.

CANÇÃO DO AUTO DOS CANGACEIROS

No sertão o sol castiga

Terra seca a rachar

Entre a caatinga e o suor

Cangaceiro a lutar.

Com chapéu de couro e faca

No peito um coração forte

Desafia o destino

Não teme sequer a morte.

Ei, cangaceiro, filho do chão!

Corre no vento, feito trovão

Nas veredas conduz o arauto

Do cangaço faz-se o auto!

No meio da caatinga

Há um grito a ecoar

A voz de Sebastião

Com seu bando a marchar.

Nas quebradas do sertão

Peleja por liberdade

Contra o coronel e o fardo

A voz de Sebastião

Com seu bando a marchar

Nas quebradas do sertão

Peleja por liberdade

Contra o coronel e o fardo

Busca sua identidade.

Ei, cangaceiro, filho do chão!

Corre no vento, feito trovão

Nas veredas conduz o arauto

Do cangaço faz-se o auto!

O toque da sanfona

Em noite de luar

Faz o sertanejo chorar

Lembrando do seu lugar.

Mas o cangaceiro é forte

Não se deixa abater

É valente, é destemido

No sertão, faz-se viver.

Ei, cangaceiro, filho do chão!

Corre no vento, feito trovão

Nas veredas conduz o arauto

Do cangaço faz-se o auto!

A lenda se espalha ao vento

Por todo o sertão afora

O cangaço é resistência

A justiça que aflora.

E assim, de geração

Sua história se mantém

No Auto dos Cangaceiros

A memória vive além.

Ei, cangaceiro, filho do chão!

Corre no vento, feito trovão

Nas veredas conduz o arauto

Do cangaço faz-se o auto!

A CANÇÃO DE SEBASTIÃO

No sertão seco e quente, Sebastião surgiu

Com a faca na cintura, a justiça ele assumiu.

Entre o povo esquecido, fez seu nome ecoar

Sebastião do Chocalho, sem medo de enfrentar.

Sebastião do chocalho, filho da terra e do sol

Corta o vento da caatinga, feito pássaro maior.

No seu peito o destino, sua arma é o suor

Sebastião do Chocalho no rifle é o melhor.

Nas veredas do sertão, um nome ecoou

Sebastião do Chocalho, o cangaço o abraçou.

Com seu rifle na mão e o chocalho no pé

Rompia a noite escura, com coragem e fé.

Oh, Sebastião do Chocalho, no sertão a desafiar

Com o som do seu destino, fez a terra estremecer.

Entre o povo e o cangaço, sua lenda vai ficar

Nos versos e nas cantigas, nunca vão te esquecer.

Dizem que sua jornada foi de sangue e de dor

Mas o chocalho em seu pé sempre o guiava com vigor.

Entre cercos e batalhas, no sertão ele reinou

E no eco dos ventos, sua história se firmou.

Oh, Sebastião do Chocalho, no sertão a desafiar

Com o som do seu destino, fez a terra estremecer.

Entre o povo e o cangaço, sua lenda vai ficar

Nos versos e nas cantigas, nunca vão te esquecer.

Sebastião do Chocalho nas veredas do sertão

Um nome valente ecoou, o nome de Sebastião.

O cangaço o abraçou, cangaceiro de forte paixão

Saudade de Anastácia, marcou seu coração.

Com seu rifle na mão e o chocalho no pé

Rompia a noite escura com coragem e fé.

Oh, Sebastião do Chocalho no sertão a desafiar

Com o som do seu destino fez a terra rodopiar.

Entre o povo e o cangaço, sua lenda vai florescer

Nos versos e nas cantigas, nunca vão te esquecer.

Dizem que sua jornada, foi de sangue e de dor

Mas o chocalho em seu pé, sempre guiava com vigor.

Entre cercos e batalhas no sertão ele reinou

E no eco dos ventos, sua história se firmou.

Oh, Sebastião do Chocalho, no sertão a desafiar

Com o som do seu destino, fez a terra rodopiar.

Entre o povo e o cangaço, sua lenda vai florescer

Nos versos e nas cantigas, nunca vão te esquecer.

Dizem que sua jornada, foi de sangue e de dor

Mas o chocalho em seu pé, sempre guiava com vigor.

CANGACEIRO CAGA SIBITO

Lá vem o cangaceiro

Bravo e destemido

Com chapéu de couro

E facão afiado.

Mas quando a noite chega

E o vento dá aviso

O cabra corre longe

Já tá amedrontado.

Caga Sibito

Cangaceiro arretado

Corajoso de dia

Mas de noite é assustado.

Corre de assombração

Se esconde no mato

Caga Sibito

Ô cabra engraçado.

No sertão ele é forte

Enfrenta sempre conflito

Mas quando vê o problema

Sai ligeiro no grito.

Se é alma penada

Ou um facho maldito

Ele larga a bravura

Só resta Caga Sibito.

Caga Sibito

Cangaceiro arretado

Corajoso de dia

De noite assustado.

Corre de assombração

Corre do cão

Caga Sibito

Pegue no teu facão.

Se esconde no mato

Caga Sibito dá proteção

Ô cabra engraçado

Protegendo Sebastião.

No bando ele é líder

Não tem pra ninguém

Por vezes tem medo

Se maldizendo também.

Fogaréu no céu

Estrela que brilha

Caga Sibito

Segue tua trilha.

MARIQUINHA DO CANGAÇO

Mariquinha do cangaço

Mulher de Sebastião

Depois de Anastácia

Desbravaram o sertão

Com chapéu de couro

E faca na mão

Lutava com coragem

Defendendo seu torrão.

Era forte e destemida

Temida pelo sertão

Cruzava os caminhos

Enfrentava o trovão

Com Sebastião do Chocalho

Formavam legião

Vingando os injustiçados

Lutando pela razão.

Nas noites de lua cheia

Todo o bando aparecia

Nos cantos da caatinga

A história renascia

Mariquinha no comando

Mostrava quem ela era

A rainha do cangaço

Guerreira de alma sincera.

ZEFINHA DO CANGAÇO

Lá no sertão, o sol queimava o chão

Zefinha do cangaço andava com facão na mão

Mariquinha, sua amiga, se encantou por Sebastião

Foi aí que o furdunço começou no coração

Briga de faca, por amor e traição

Zefinha e Mariquinha, na poeira do sertão

Por causa de Sebastião, se cortaram no grito

E no final, quem sofreu foi o caga sibito.

Sebastião cabra bom, mas só dava confusão

Duas mulheres na disputa, briga sem resolução

Facas afiadas no ar, sangue e poeira no chão

O caga-sibito piava, testemunha da emoção

Briga de faca, por amor e traição

Zefinha e Mariquinha, na poeira do sertão

Por causa de Sebastião, se cortaram no grito

E no final, quem sofreu foi o caga sibito.

Agora Sebastião, sem saber pra onde ir

Ficou sozinho no sertão, sem ninguém pra dividir

E o caga-sibito, coitado, não para de gemer

Pois amor e faca juntos, só trazem dor a se ver.

Briga de faca, por amor e traição

Zefinha e Mariquinha, na poeira do sertão

Por causa de Sebastião, se cortaram no grito

E no final, quem sofreu foi o caga sibito.

Caga Sibito, olha pra esse sertão

Que essa história de amor só deixou desolação

Teu jeito de viver é plena animação

Enfim, vais viver na luz da paixão.

PERIGO NO CANGAÇO

Nas veredas do sertão

Corre a notícia ligeira

Sebastião do chocalho

É perigo na fronteira

Ô volante, vem ligeiro

Que o bando tá a rodar

Mas cuidado, Sebastião

Sabe bem como escapar

Valeriano e Joventino

Dois soldados da volante

Seguem firmes na estrada

Coração sempre avante.

Tem o sargento Nazário

Que comanda duro, sem piedade

Promete acabar com o bando

No sertão da crueldade.

Ô volante, vem ligeiro

Que o bando tá a rodar

Mas cuidado, Sebastião

Sabe bem como escapar.

Nazário traça o caminho

Quer o chocalho derrubar

Valeriano e Joventino

Prontos pra batalha entrar.

Mas, Sebastião do Chocalho

Nunca deixa um sinal

E quando a volante chega

Só encontra o vendaval.

Ô volante, vem ligeiro

Que o bando tá a rodar

Cuidado com Sebastião

Que sabe bem como escapar.

ROSA CANGACEIRA

Nasceu no sertão, entre espinho e flor

Cresceu com coragem, enfrentando o calor

Com seu chapéu de couro e olhar de trovão

Rosa cangaceira, dona do seu chão.

Ela dança ao vento, seu passo ligeiro

Filha da terra, de sangue guerreiro

Afilhada de Sebastião, orgulho no peito

A Rosa Cangaceira, vive com respeito.

Rosa Cangaceira, força de mulher

No sertão faz luz onde quiser

O sol beija o chão, e ela vai plantar

Com seu padrinho vai sempre lutar.

Sebastião ensinou o caminho a trilhar

Com o som do chocalho, a terra a chamar

E Rosa cresceu, com a alma de aço

Valente, pra nunca cair no laço.

Ela dança ao vento, seu passo ligeiro

Filha da terra, de sangue guerreiro

Afilhada de Sebastião, orgulho no peito

A Rosa Cangaceira, vive com respeito.

Rosa Cangaceira, força de mulher

No sertão faz luz onde quiser

O sol beija o chão, e ela vai plantar

Com seu padrinho vai sempre lutar.

O sertão é seu lar, o destino é traçado

No galope da vida, tudo está marcado

E Rosa Cangaceira vai sempre lutar

Com o brilho nos olhos e o coração a pulsar.

Rosa Cangaceira, força de mulher

No sertão faz luz onde quiser

O sol beija o chão, e ela vai plantar

Com seu padrinho vai sempre lutar.

CANGACEIRA TROVOADA

Lá vem ela, cruzando o sertão

Cabelos ao vento, punho firme na mão

Trovoada é seu nome, tem poder no olhar

O bando segue firme, ninguém pode parar.

Trovoada, rainha do chão rachado

Seu grito ecoa, é trovão arretado

No cangaço ela é voz, é a fúria, é razão

Com Sebastião ao lado, reina no sertão

Na caatinga seca, onde a vida é cruel

Trovoada floresce, desafiando o céu

Cangaço e justiça, no seu coração

O vento traz a força, sua determinação.

Trovoada, rainha do chão rachado

Seu grito ecoa, é trovão arretado

No cangaço ela é voz, é a fúria, é razão

Com Sebastião ao lado, reina no sertão.

Nem o sol escaldante, nem a lua prateada

Apagam o brilho da cangaceira armada

Trovoada, trovão que não se cala

Na trilha do cangaço, sua lenda se espalha.

Trovoada, rainha do chão rachado

Seu grito ecoa, é trovão arretado

No cangaço ela é voz, é a fúria, é razão

Com Sebastião ao lado, reina no sertão

Trovoada, guerreira sem igual

Coração de aço, espírito imortal

Seu nome é lenda, sua força é canção

Na história do cangaço, troveja a nação.

CANGACEIRO PATATIVA

No sertão quente e árido, onde o vento uiva forte

Vive um homem destemido, de coragem, sua sorte.

Patativa é o nome que o povo já ouviu falar

Cangaceiro temido, ninguém ousa enfrentar.

Montado no cavalo, com o fuzil em sua mão

Seguindo Sebastião, a justiça no sertão.

O som do chocalho ecoa pelo chão

E patativa segue firme, na poeira do sertão.

Patativa, homem forte, destemido e feroz

No bando de Sebastião, levanta a sua voz.

O chocalho anuncia que a luta vai chegar

No sertão de fogo, ninguém pode escapar.

Nas noites estreladas, ao redor da fogueira

Contam-se histórias de batalha verdadeira.

Patativa era fiel, nunca teve hesitação

Defendendo o seu bando com garra e coração.

Montado no cavalo, com o fuzil em sua mão

Seguindo Sebastião, a justiça no sertão.

O som do chocalho ecoa pelo chão

E patativa segue firme, na poeira do sertão.

Patativa, homem forte, destemido e feroz

No bando de Sebastião, levanta a sua voz.

O chocalho anuncia que a luta vai chegar

No sertão de fogo, ninguém pode escapar.

O sertão é sua casa, o destino, sua lei

No bando de cangaceiros, foi lá que ele se fez.

Patativa não recua, não teme a escuridão

Seu nome é lenda viva, gravado no sertão.

Patativa, homem forte, destemido e feroz

No bando de Sebastião, levanta a sua voz.

O chocalho anuncia que a luta vai chegar

No sertão de fogo, ninguém pode escapar.

A CARTA DE ANASTÁCIA

Minha doce Anastácia, me escreve pra dizer

Que o destino lhe chamou e precisa me perder

No caminho dessa vida, já sofri bastante

Fica difícil pra mim, eu ficar assim distante.

E agora, meu amor, tenho que partir

Mas te levo comigo, onde quer que eu vá seguir

A estrada é longa e fria, mas tua lembrança é calor

És a chama que me guia, meu eterno amor.

Adeus, minha flor, o meu coração é teu

Não importa o passado, lembro tudo que foi meu

No silêncio da estrada, a tua voz me conduz

Te amei mais que a liberdade, mais que o sol e mais que a luz.

Sebastião que sou, de errante caminhante

Hoje deixo o meu punhal e sigo adiante

Os ventos me chamam, mas teu nome ecoa em mim

O amor que tu me deste me faz ficar assim.

E agora, meu amor, tenho que partir

Mas te levo comigo, onde quer que eu vá seguir

A estrada é longa e fria, mas tua lembrança é calor

És a chama que me guia, meu eterno amor.

Adeus, minha flor, o meu coração é teu

Não importa o passado, lembro tudo que foi meu

No silêncio da estrada, a tua voz me conduz

Te amei mais que a liberdade, mais que o sol e mais que a luz.

Mesmo que o tempo apague as marcas do meu viver

No meu peito teu sorriso vai sobreviver

Essa carta é meu adeus, é pólvora que vem do paiol

Te encontrarei de novo, onde o céu beija o sol.

Adeus, minha flor, o meu coração é teu

Não importa o passado, lembro tudo que foi meu

No silêncio da estrada, a tua voz me conduz

Te amei mais que a liberdade, mais que o sol e mais que a luz.

Anastácia, meu amor, nunca vou te esquecer

Sou Sebastião errante, mas em ti vou renascer.

Adeus Sebastião, por Chocalho batizado

Seja feliz na estrada, meu eterno amado.

ZÉ CATOLÉ CANGACEIRO

No sertão de chão rachado

Entre o vento e o sol quente

Zé Catolé, homem arrojado

Vigia o bando, sempre atento e valente.

Sebastião do Chocalho no comando

Com coragem, guia o bando

E Zé Catolé, o destemido

Guarda as costas, nunca é vencido.

Zé Catolé, cangaceiro destemido

Do bando de Sebastião, sempre aguerrido

Olho vivo, faca na mão

Vigia o sertão com o coração.

Entre veredas, mata e areia

A tropa avança não receia

Zé com seu chapéu de couro

O falar é seu maior tesouro.

Escuta o farfalhar da mata

Sabe que o perigo lhe desacata

Mas seu olhar de águia é certeiro

Cangaceiro fiel, de braço firme e verdadeiro.

Zé Catolé, cangaceiro destemido

Do bando de Sebastião, sempre aguerrido

Olho vivo, faca na mão

Vigia o sertão com o coração.

Não quer ser escravo

A sua alma é vento bravo

Ninguém o engana, ninguém o vence

É o zé catolé que o destino não convence.

Zé Catolé, cangaceiro destemido

Do bando de Sebastião, sempre aguerrido

Olho vivo, faca na mão

Vigia o sertão com o coração.

Zé Catolé, sempre fiel

Guarda o bando no sertão cruel

Muitas vezes quer fazer graça

Do viver nessa desgraça.

PATACHOCA CANGACEIRO

Patachoca, o cabra arretado

No sertão é respeitado

Olho sempre bem aberto

Desconfiado, tá esperto.

Com o chapéu de couro na mão

Seguindo o bando na imensidão

Sebastião é seu líder fiel

Não pensa jamais ser infiel.

Patachoca, cangaceiro, ninguém vai te pegar

O olhar ligeiro, sempre a desconfiar.

No meio da caatinga, ninguém te engana não

Ele é o destemido, dono do sertão!

Patachoca vigia, sua mente é infernal

Quando a lua brilha, o silêncio é mortal.

Ele escuta o vento, cada som que faz

Desconfiado até das sombras que ele traz.

Sebastião confia, mas ele sabe bem

A traição não se desfaz.

Patachoca é homem de confiança

Já enfrentou tanta matança

É um devoto de Sebastião

Que lhe tem tanta atenção.

AS PRECES AO PADIM CIÇO

No sertão ardendo, o sol a brilhar

Cangaceiro valente, a lutar sem parar.

Com seu chocalho na mão, a fé a cantar

Sebastião, o destemido, vai sempre avante, a sonhar.

Ô, Padim Ciço, escuta o meu canto

Protege o meu caminho, meu Padim santo.

No rastro da luta, a esperança não vai morrer

Sebastião do chocalho, é pra ti que eu vou crer.

Nos campos de flores, o vento a soprar

Na poeira da estrada, histórias a contar.

Com bravura e coragem, ele não vai recuar

A sombra do padre, sempre a lhe guiar.

Ô, Padim Ciço, escuta o meu canto

Protege o meu caminho, meu Padim santo.

No rastro da luta, a esperança não vai morrer

Sebastião do chocalho, é pra ti que eu vou crer.

E quando a noite chega, a lua a brilhar

Sebastião clama alto, seu povo a salvar.

Na fé que não se acaba, a luz a reinar

Cangaceiro de honra, com amor a lutar.

Ô, Padim Ciço, escuta o meu canto

Protege o meu caminho, meu Padim santo.

No rastro da luta, a esperança não vai morrer

Sebastião do chocalho, é pra ti que eu vou crer.

CANGACEIRA ANASTÁCIA

No sertão o sol queimava

Sebastião em seu lamento

Anastácia já não estava

Levou com ela o seu tormento.

Ela foi a flor do agreste

No bando sempre a guerreira

Mas a alma, já cansada

Nesta vida ligeira.

Anastácia escreveu

Uma carta no sertão

Deixou seu amor pra trás

Deixou o pobre Sebastião.

O cangaceiro chorou

Na tristeza se afogou

Anastácia partiu

Mas o amor nunca acabou.

Nas noites de luar

Ele lia uma carta fria

Sebastião, meu amor

Minha vida já não é mais guia.

O bando ficou vazio

Sem a luz da sua presença

Sebastião, desolado

Perdeu-se na falta de crença.

Anastácia escreveu

Uma carta no sertão

Deixou seu amor pra trás

Deixou o pobre Sebastião.

O cangaceiro chorou

Na tristeza se afogou

Anastácia partiu

Mas o amor nunca acabou.

E dizem que em cada canto

Nas veredas do sertão

Sebastião ainda ouve

O suspiro da sua paixão.

Anastácia escreveu

Uma carta no sertão

Deixou seu amor pra trás

Deixou o pobre Sebastião.

O cangaceiro chorou

Na tristeza se afogou

Anastácia partiu

Mas o amor nunca acabou.

MARIQUINHA E ZEFINHA DE FACA NA MÃO

No meio da caatinga, no calor do sertão

Duas cangaceiras, com faca na mão

Zefinha do Cangaço, no pescoço uma figa

E Mariquinha do Cangaço, pronta pra briga.

Sebastião do Chocalho, o líder do bando

Fez as duas moças entrar num desmando

Pelo seu amor, elas vão duelar

Com faca na cinta, prontas pra lutar.

É faca no couro, poeira no chão

Zefinha e Mariquinha, na força e na mão

Pelo amor de Sebastião, vão se enfrentar

No cangaço, o punhal vai se esquentar.

Mariquinha gritou: - Oh! Zefinha, se ajeita!

Esse homem é meu, já te dou a receita!

Zefinha retrucou: - Vamos ver minha filha

O coração de Sebastião é a minha trilha.

O sol bate forte, a poeira subiu

O bando assistia, ninguém mais interviu

No brilho da faca, o destino se faz

Quem vencer essa briga, o amor levará.

É faca no couro, poeira no chão

Zefinha e Mariquinha, na força e na mão

Pelo amor de Sebastião, vão se enfrentar

No cangaço, o punhal vai se esquentar.

Ouvia-se o grito, ecoava no vento

A luta era dura, sem nenhum lamento

Mas Sebastião, de longe a olhar

Sabia que o amor não podia mandar.

No fim quem venceu? Mariquinha

Pois o amor no cangaço é uma ladainha

Essa moça o seu líder conquistou

Zefinha foi padre foi o que lhe restou.

É faca no couro, poeira no chão

Zefinha e Mariquinha, na força e na mão

Pelo amor de Sebastião, vão se enfrentar

No cangaço, o punhal vai se esquentar.

E assim se termina essa história cruel

De duas cangaceiras, em duelo fiel

O amor no cangaço não tem paz

Entre faca e suor, a escolha não se desfaz.

A VOLANTE DO TERCEIRO DISTRITO POLICIAL

No Distrito esquecido, lá no sertão distante

Três homens de farda, corajosos e vibrantes:

Sargento Nazário, firme, no olhar decisão

Joventino e Valeriano, soldados de coração.

Partiram de manhã, na trilha do cangaço

O bando de Sebastião do Chocalho, o estilhaço.

Por entre a mata fechada, o perigo a espreitar

Seguiam destemidos, prontos pra enfrentar.

O calor da terra seca, o silêncio opressor

Mas nos seus corações, pulsava o fervor.

Caminharam com cautela, arma em punho, destemidos

Procurando o inimigo, seus passos eram medidos.

De repente, uma surpresa, um som de cantoria

Em vez de bandidos, encontraram romaria.

Um cortejo de fé, sob o sol abrasador

Que transformou a caçada em momento de amor.

O sargento parou, o olhar suavizou

Joventino e Valeriano, o fôlego segurou.

O cangaço ainda lá, distante em seu terror

Mas ali, na fé do povo, havia um outro valor.

Nazário fez sinal, com um gesto de respeito

Deixaram o caminho livre, sem nenhum preconceito.

Por hoje, a paz venceu, o bando poderia esperar

Pois a romaria seguia, com promessas no altar.

E assim, em meio à luta, em terra de decisão

Às vezes, é na fé que se encontra a redenção.

Valeriano e Joventino, só pensaram fugir

E Nazário, Sargento, também quis sumir.

O CASAMENTO DE MARIQUINHA E SEBASTIÃO

No meio daquele sertão

O sol queimava o chão

Sebastião do Chocalho

Quis de Mariquinha a mão

Era cangaceiro forte

Temido em toda região

Mas no amor, seu coração

Batia na sublimação.

E foi festejo arretado

Cangaceiro e cangaceira

Dançando xaxado

Até o romper da madrugada

Mariquinha determinada

Sebastião na dança do passo marcado.

Vieram todos do bando

Caga Sibito com tanta emoção

Comemora o casório no meio do Foguetão

Cantaram moda de viola

Sanfona, zabumba com precisão

E o sertão se alegrava

Na voz de uma canção.

Cachaça rolava fácil

A poeira subia

As cangaceiras sorriam

Os cangaceiros aplaudiam

Mariquinha e Sebastião

Dançavam no compasso da folia

E a lua iluminava aquela

Grande festa da alegria.

E foi festejo arretado

Cangaceiro e cangaceira

Dançando xaxado

Até o romper da madrugada

Mariquinha determinada

Sebastião na dança do passo marcado.

João Pessoa-PB, 02 de outubro de 2024.

BENTO JUNIOR
Enviado por BENTO JUNIOR em 02/10/2024
Reeditado em 11/10/2024
Código do texto: T8165141
Classificação de conteúdo: seguro
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