(O Novo Castelo das Emoções) Parte 14
No décimo quarto dia... Escrevendo à luz de vela, Esperando o último dia do inverno, Chuva boa lá fora, Setembro aborrecido de dores, Abundante de teatros, No quintal que não sobrou nem uma árvore, Apenas plásticos, Copos e pratos todos de plástico, Sinto que está chegando o fim da minha geração, Não vejo mais paralelepípedos, E no prédio nem mais um sinal analógico, Meu caderno de contas agora é um diário, E a editora que não paga meus direitos, Certos defeitos que estou até com medo da guilhotina, Roubaram toda minha obra, E na ausência da minha alma, Na licença da minha essência, Vou concebendo uma nova escrita.