Inimego meu

De conclusões absolutas

No folheio do prefácio

Nego recursos, cego às defesas

Nego as feridas e trajetórias

Julgo pessoas, num jugo implacável

Condeno ao pior por ser o pior

Desse pior que habita em mim

Depois esqueço onipotente

E rolo a tela sem remorsos

Um ser carente de empatia

Ou carente de relevância

Só um menino inseguro

Querendo espaço e audiência

É a presunção que nos fascina

E é a sina de ser tão humano

Ser distinto, ser especial

Ser iluminado e essencial

Misericórdia

à mísera, miséria nossa

Misericórdia

à mísera, miséria nossa

Ed View
Enviado por Ed View em 10/09/2024
Código do texto: T8148507
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