QUANTAS IDAS E VOLTAS AINDA ME RESTAM?
Um sentimento aflito
Tão puro, insano e bonito
Me faz atravessar o tempo
Tão sozinho
Quantas idas e voltas ainda me restam?
Silêncios, murmúrios, gritos e festas?
Quantos poemas ainda escreverei
Em idiomas que logo serão esquecidos?
Quanta fé e orações ainda me restam?
Atravessando fronteiras e guerras...
Quantos anjos ainda serão em vão feridos?
Um sentimento aflito
Tão puro, insano e bonito
Me faz atravessar o tempo
Tão sozinho
Quantas idas e voltas ainda me restam?
Vendo sem querer através destas malditas frestas
Uma novidade tão feroz e antiga
Que comprime, se expande e reprime
Dançando desinibida sob seu próprio rito
Quanta fé e orações ainda me restam?
Vendo os deuses expandido ainda mais o infinito
Mas é só um sentimento aflito
Tão puro, insano e bonito
Tão sozinho escutando o eco de tantos risos
Quanto tempo ainda me resta?
Multidões, conflitos e festas?
Quanta inocência ainda será corrompida?
E eu indo e voltando tão triste
Porque você ainda não existe
E eu indo e voltando tão aflito!