Taça de Razão

Manter as portas fechadas

Ou adormecer de punhos cerrados

A diferença entre os seus valores

Muda nas versões dissimuladas.

O que alivia a pressão é uma dose

Mas qual a dose certa?

A decisão mais esperta

Entre as lágrimas e o concreto.

A taça que serve a razão

Convence ou fica neutra

Num gole de alguma outra

Mais ardente questão.

E, então, volta

Para aquela primeira

Que toda noite te revira

E por nada te solta.

Enquanto a taça cheia estiver

O pensamento apenas bordeja,

Não se oferece a quem quer que seja

Aquilo que somente nos cabe beber.

Quando a taça esvaziar

O pensamento já não bordejará,

Não se entrega a quem quer que seja

A decisão que somente nos cabe tomar.

William Contraponto
Enviado por William Contraponto em 05/07/2024
Reeditado em 10/07/2024
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