Taça de Razão
Manter as portas fechadas
Ou adormecer de punhos cerrados
A diferença entre os seus valores
Muda nas versões dissimuladas.
O que alivia a pressão é uma dose
Mas qual a dose certa?
A decisão mais esperta
Entre as lágrimas e o concreto.
A taça que serve a razão
Convence ou fica neutra
Num gole de alguma outra
Mais ardente questão.
E, então, volta
Para aquela primeira
Que toda noite te revira
E por nada te solta.
Enquanto a taça cheia estiver
O pensamento apenas bordeja,
Não se oferece a quem quer que seja
Aquilo que somente nos cabe beber.
Quando a taça esvaziar
O pensamento já não bordejará,
Não se entrega a quem quer que seja
A decisão que somente nos cabe tomar.