Brega

Primeira parte

Se era pra acabar

Não começava, não

Qual foi sua intenção

De me fazer sorrir,

me dar essa ilusão?

Agora que estou

Perdido em suas mãos

Que é que vou fazer

Se eu já não tenho o céu,

Por que levou meu chão?

Qual foi sua intenção

De me fazer sorrir,

Me dar essa ilusão

Se eu já não tenho o céu,

Pra que tirar meu chão?

Agora que estou

Entregue em suas mãos

Que é que vou fazer

Se eu já perdi o céu,

Por que levou meu chão?

Segunda parte

Se era pra findar

Não atiçava, não

Qual foi sua intenção

De me ver florescer

Depois desmatar-me o coração?

Agora que estou

Entregue a esse papel

Que é que vou fazer

Não bastasse afundar meu chão

Ainda ter que arranhar meu céu

Qual foi o seu intento

De me fazer sonhar

Desabrochar o sentimento

E, depois de me florear,

Murchar-me por dentro?

Agora que estou

Entregue a esse papel

Que é que vou fazer

Não bastasse quebrar meu chão

Teve ainda que derrubar meu céu

Qual foi o seu intento

De me fazer sonhar

Aflorar o sentimento

E depois de tanto charme,

Brochar-me por dentro?

Pena

Chamavas-me com flamas na língua

Agora me chamas com gelo

Antes a cama pegava fogo

Agora, nem em pesadelo; nem faísca

Antes me amavas com zelo

Hoje nem ligas

Antes tinhas água na boca

Hoje, o clima é árido e ríspido; aliás, nem tem clima...

Amavas demorado, em demasia

Hoje, amas à míngua

Rápido, flácido

Afasia

E até quando não é minguante,

O amor é distante, é mixaria/ninharia, é muito pouco

Chamar, chamas, mas com um incômodo de íngua...

Deuzebraa e Joab Alexandre
Enviado por Deuzebraa em 01/06/2024
Reeditado em 12/06/2024
Código do texto: T8076108
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