FERREIRO ISIDORO
Finado ferreiro isidoro Filho do velho polaco Adão Herdou do próprio pai
A milenar profissão Vinda de tempo remotos La da era do povo filisteu Forjam lanças e adagas
Pra combater os hebreus
Foi este rude serviço
Que isidoro foi aprendendo
Olhando o seu velho pai
O ferro bruto moldando
Na memoria foi gravando
O jeito que o seu pai fazia
Que o oficio de ferreiro
Era tudo que ele queria l
La no fundo de um corredor
O galpão velho desabado Sonbreado de cinamomos
O oitão já descarnados Pelas goteiras do tempo Testemunhando o passado
Onde tudo foi o começo
Do aço e do ferro forjado
o O fole a sopra os gravetos
Enfumaçando o galpão
Aos poucos aviva as brasas
As labaredas no carvão Na forja caldeando o ferro
Pro molde sobre a bigorna Acada golpe do malho O ferro bruto toma forma
O ferreiro apruma o braço Com certera precisão
Os olhos já encandeados Pelos anos na profissão Baixa o fole sobe o fole
Assopra as brasas do carvão
Faíscas acesas que bailam
Sobre os caibros do galpão
No tinido da bigorna
E no repique da marreta
No antigo rito campeiro
Caldeá a chapa pra carreta Molda o ferro dobra o aço Da a templa no machado Faz a inchada o fio da faca
Forja as ponteira pro arado