UMA MALA DE VERSOS
Com sua licença patrão Permissão pra apear
Venho de muito longe. Um tempo pra descansar
Cortei caminhos, atalhos Pra Pra tempo de aqui chegar
Trago a mala cheia de versos E a garganta pra cantar
E a guitarra afinada Pra uma milonga campeira
Depois da desencilha
Folgar o jugo das basteiras E tirar o suor do lombo Com água fresca da cachoeira Atiçar as brasar mornas
Pra aquecer a chaleira
No ritual xucro da lida Dos costumes da fronteira Como como manda o catecismo Da liturgia campeira Que o gaúcho sempre preza
na eterna hospitalidade o amor ao próximo e a terra
E o conceito de liberdade
Vivencia num campo largo Sem tapumes concretado Como viveu o homem antigo No seu remoto passado É o sonho de um cristão Nesta silenciosa guerra Sem um cantinho pra morar
Com tanta extensão de terra