De mãos dadas no escuro

[Verso 1]

Em constante pranto

Sonha com lápides

E ossos em sua mão.

E eu temo tanto

Que não escape de

Sua maldição.

Quanto mais eu seco

As suas lágrimas

Mais me vejo afundar.

Eu ainda espero

Algum milagre, mas

Não penso que virá.

[Verso 2]

Ainda desejo

Ser sua lâmpada

E te trazer a luz,

Dividir o peso

Quando levanta a

Sua pesada cruz.

Mas eu não clareio

As suas páginas

Não ajudo você.

Mas talvez um pouco

Te encoraje nas

Lutas por viver.

[Verso 3]

Então seque os olhos

E as mãos úmidas

E se segure em mim.

Porque entre as sombras

E entre dúvidas

Devemos prosseguir.

Sei que a noite toca

A sua face, mas

Não pare de andar.

De mãos dadas vamos

Nas trevas máximas

Chegar a algum lugar.