AQUELE ZAINO NEGRO

Aquele meu Zaino negro

Parceiro do tempo de guri

Que atravessei rio a nado

Nas cheias do rio jacui

Tocando gado selvagem

Culatreando a gadaria

Pra matança nas charqueadas

Das tropeadas das vacarias

Meu pingo de estimação

Basto das minhas confiança

Um tranco largo e macio

Rédeas como uma balança

Parceiro de muita jornadas

De rondas e a campo aberto

A noite eu rondando a tropa

O zaino ficava pastando perto

Pois um campeiro de fato

Considera como amigos

O cavalo que o carrega

Que nunca nega o estribo

E o cachorro companheiro

Pras horas de precisão

Sempre fiel e parceiro

A toda e qualquer ocasião

Lido com bocas de xucros

Deste o tempo de piazito

Entre currais e mangueira

Eu fui me criando solito

Por nada dobro a espinha

Isto eu sempre tenho dito

Carrego cisma de aporreado

Ninguém me ganha no grito

Sou daquele tempo antigo

Que o fio de bigode valia

Tudo muito diferente

Dos tempos de hoje em dia Que o mundo vire as avessa

Não me afasto do lombilho

Esporas sempre atada nas botas

Pros ventena que enforquilho

ZECA DIVINO
Enviado por ZECA DIVINO em 11/12/2023
Reeditado em 29/03/2024
Código do texto: T7952014
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