AQUELE ZAINO NEGRO
Aquele meu Zaino negro
Parceiro do tempo de guri
Que atravessei rio a nado
Nas cheias do rio jacui
Tocando gado selvagem
Culatreando a gadaria
Pra matança nas charqueadas
Das tropeadas das vacarias
Meu pingo de estimação
Basto das minhas confiança
Um tranco largo e macio
Rédeas como uma balança
Parceiro de muita jornadas
De rondas e a campo aberto
A noite eu rondando a tropa
O zaino ficava pastando perto
Pois um campeiro de fato
Considera como amigos
O cavalo que o carrega
Que nunca nega o estribo
E o cachorro companheiro
Pras horas de precisão
Sempre fiel e parceiro
A toda e qualquer ocasião
Lido com bocas de xucros
Deste o tempo de piazito
Entre currais e mangueira
Eu fui me criando solito
Por nada dobro a espinha
Isto eu sempre tenho dito
Carrego cisma de aporreado
Ninguém me ganha no grito
Sou daquele tempo antigo
Que o fio de bigode valia
Tudo muito diferente
Dos tempos de hoje em dia Que o mundo vire as avessa
Não me afasto do lombilho
Esporas sempre atada nas botas
Pros ventena que enforquilho