AO TRANCO DO BAIO

Ao tranco do meu Baio

Assobiando uma vaneira

Enxergo várzeas estendidas

Atravessando a Fronteira

Dos pastiçais encharcados

Por serenos das madrugadas

Me vem na mente a visagem

Das rondas e campereadas

Emponchado de saudades

No peito sangra a espera

Culatrando sonhos e anciãs

Ao voltar pra minha Terra

Na quincha do firmamento

Vislumbro manhãs e auroras

Que ainda guardo nas retinas

as belas paisagens de outrora

Venho de um tempo antigo

Sou fiador de uma estampa

Luzi rosetas de esporas

Pelos varzedos do pampa

Carrego sinfonia de campo

No rangido dos meus bastos

Quando meu pingo tranquei

Numa cadencia de casco

Garboso mascando o freio

Ansioso pra um trote largo

Parece até adivinhando

Esta saudade que trago

Pro aconchego das Casas

Do Rincão la do meu Pago

Da Erva verde cor de Campo

Na cuia do mate amargo

ZECA DIVINO
Enviado por ZECA DIVINO em 03/12/2023
Reeditado em 17/02/2024
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