AO TRANCO DO BAIO
Ao tranco do meu Baio
Assobiando uma vaneira
Enxergo várzeas estendidas
Atravessando a Fronteira
Dos pastiçais encharcados
Por serenos das madrugadas
Me vem na mente a visagem
Das rondas e campereadas
Emponchado de saudades
No peito sangra a espera
Culatrando sonhos e anciãs
Ao voltar pra minha Terra
Na quincha do firmamento
Vislumbro manhãs e auroras
Que ainda guardo nas retinas
as belas paisagens de outrora
Venho de um tempo antigo
Sou fiador de uma estampa
Luzi rosetas de esporas
Pelos varzedos do pampa
Carrego sinfonia de campo
No rangido dos meus bastos
Quando meu pingo tranquei
Numa cadencia de casco
Garboso mascando o freio
Ansioso pra um trote largo
Parece até adivinhando
Esta saudade que trago
Pro aconchego das Casas
Do Rincão la do meu Pago
Da Erva verde cor de Campo
Na cuia do mate amargo