AQUELES TEMPOS
Memorias do tempo antigo
Que tive no meu passado
Lidando na terra e com gado
Do cabo da velha inchada
E do coice rude do arado
Que vida braba parceiro
Aquele trabalho forçado
O sol ainda nem apontava
Nos fundões das invernadas
Pé descalço nos estribos
Uma bobachita surrada
Olhar bombiando distancias
A cerração das madrugadas
Corpo entanguido de frio
Nas rédeas as mãos calejadas
No varzedos os vaga-lumes
Bailando sobre as flechilhas
A noite recolhendo o manto
Sobre canhanhas e coxilhas
Aos poucos se apagando
O fogareu dos pirilampos
Surgindo a barra do dia
Bordando o verde dos campos