Saudade desse povo.
A saudade é coisa antiga...
Ela teima em né queimar.
Coração vira ferida...
De tanto de ti lembrar.
O sertão era duído...
Era sim de calejar.
Tinha o porco no chiqueiro...
E os café pra nóis panhá.
O meu pão era ligeiro...
Sabia burro amansa.
Em touros nos picadeiros...
Ia lá pra se mostrar.
Minha mãe era de Deus...
Punha a mão na nossa fronte...
Suplicava ao Deus bendito...
Pro santo nos alcança.
Olhava o Pasto moiadu...
O gado sereno a pastar...
A água corria mansa...
Fazenda floresta no Paraná.
As festa era três dias...
Todo mundo a chegar.
Meu pai preparava com jeito...
Divertido era o lugar.
Mãe e irmã cozinheira...
As cunhada a ajuda...
Famílias de onze pessoas...
Pensa um trem bão de passar.
Só que passou tão depressa...
E hoje eu vivo a recorda.
Do meu pai sinto saudade ...
Minha mãe queria beijar.
Sei que agora não tem jeito...
Foi tão bão ser um piá...
Queria tudo de novo...
Tá no peito o meu lugar