A força do amor
Se os ossos me doem eu existo
Se o cansaço vem
Eu persisto
Se a audição me falha
A minha visão não alcança
A voz que era firme balança
As pernas bambeiam na escada
Eu penso comigo: não é nada
Já já tudo vai passar
As juntas ficam doloridas
Não sinto o gosto da comida
Ainda não é o fim da vida
Tem muito para acontecer
Senti o teu perfume me parecendo flor
Não guardo mais queixumes
De qualquer dissabor
As costelas sentem o peso do tempo
Meus cabelos voam
Como as nuvens brancas no vento
Mesmo que acabe o prazer
Do sexo por você
Eu terei prazer em dizer
Eu sinto é vontade de viver
Sempre ao teu lado
Tão envelhecido
Todo enrugado
Jamais arrependido
Com a força do amor
Supera-se a dor
Vivendo a sorrir
Até a hora de partir