GAROA
Senti um baque,
Mas estava de pé.
Vontade de chorar,
Mas sorria em vão.
Não por acaso ali, aqui,
A poesia que sentia,
Mas não entendia.
São cores fortes que irritam os olhos,
Luzes tão intensas
Que a alma já não queria mais não
Acobertar o que o corpo escondia,
Entre sombras, ais e uis, persistia.
É quase uma existência
A se violar.
Eu nem admitia,
Eu nem renascia,
Eu nem morria,
Eu tropeçava, corria, insistia.
Não tinha paz, mas seguia...
Sobrevivia aos dias,
Nem contava as horas.
Nada era tudo,
Doces ilusões.
Sobrevivia a mil,
Sem exclamações e interrogações.
Sentia e ressentia o que não podia
Não cabia mais em mim.
Enquanto eu explodia,
Eu nem morria, nem renascia,
Lágrimas envernizando cinzas,
Estações na contramão.
Resistia, mas não existia,
Mas seguia, eu ia, eu ia, eu ia, eu ia, eu ia, eu ia, eu ia...
Eu me perguntava em São Caitano,
A todos os Santos,
Para onde ia,
Se não saía,
Nem permanecia,
Não cabia mais em mim.