PELE AO SOL
Ela abriu o peito em lágrimas
Estendeu a pele ao sol
Banhou de espumas a música
E abriu-se feito um girassol
Entendeu a espera da vida,
aceitou a investida do mar .
Bebeu,no boteco da esquina,
aguardente para se esquentar
Engoliu cogumelos e o azeite,
sem jamais ter perdido o sabor.
Os poemas, colheu com deleite, caturrando sobre o cobertor.
Entregou-se ao assombro do tempo
entre sons e ruídos no ar
E no hálito quente do vento
viu a vida se reinventar.
E a luz silenciosa da tarde
trouxe o canto do peito da aurora. Ancorado na felicidade,
o amor não tem pressa nem hora.
Marília Abduani