PELE AO SOL

Ela abriu o peito em lágrimas

Estendeu a pele ao sol

Banhou de espumas a música

E abriu-se feito um girassol

Entendeu a espera da vida,

aceitou a investida do mar .

Bebeu,no boteco da esquina,

aguardente para se esquentar

Engoliu cogumelos e o azeite,

sem jamais ter perdido o sabor.

Os poemas, colheu com deleite, caturrando sobre o cobertor.

Entregou-se ao assombro do tempo

entre sons e ruídos no ar

E no hálito quente do vento

viu a vida se reinventar.

E a luz silenciosa da tarde

trouxe o canto do peito da aurora. Ancorado na felicidade,

o amor não tem pressa nem hora.

Marília Abduani

Marilia Abduani
Enviado por Marilia Abduani em 09/10/2023
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