Coração de Balaio

 

Meu coração tranqueado

Tantas cartas e poemas

Guarda amores do passado

Empilhados em dilemas

 

Meu sentimento é forjado

Nos confins de Santa Helena

Me sinto mais animado

No gorjear da siriema

 

Nos Pampas fui eu criado

Minha mãe é Filomena

Pai gaúcho abagualado

Viveu a pobreza extrema

 

Bailo no chão forreado

E já não tenho problema

A gaita geme em Balaio

Lá no galpão da Jurema

 

Na canha fico aguampado

Mas inda honro o sistema

Campeio a china de lado

Mantenho a fé na morena

 

Ela me olha de soslaio

Perfumosa de alfazema

Um sorriso, então, desmaio

Nos braços dessa pequena

 

 

MARCANTE, Alexandre.

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Alexandre Marcante
Enviado por Alexandre Marcante em 25/06/2023
Reeditado em 29/06/2023
Código do texto: T7821560
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