ABANDONEI AS ESPORAS
Abandonei minha esporas
Deixei o oficio da doma
Do campo carrego o aroma
O cheiro do pasto pisado
Do suor que salgava a carona
E o ringido das basteiras
No vai e vem da encilha
E da potrada caborteira
Distante na minha querencia
Onde ergui minha morada
Não enxergo o açude grande
Nem escuto relincho da eguada
Meu consolo e minha guitarra
E as rimas xucras que faço
Dos pagos onde me criei
A quem dedico meus versos
Ei de ter um tempo vago
Minha querencia eu visitar
Pra rever a amada terra
Poder os amigos abraçar
fazer o que antigamente fazia
Que hoje em dia não faço
De fazer um toro brabo
Se dobrar num golpe de laço
Repontar uma tropilha
Amansar os bois pra canga
Ouvir o ringido das carretas
E o cantar das arapongas
O revoar da passarada
Comer araçá e pitanga
Sentir cheiro do mato virgem
E tomar banho de sanga