CASA GRANDE DA ESTANCIA
Aquela bela casa grande
Da estancia onde cresci
Carrego ainda na lembrança
Deste o meu tempo de guri
Eu ficava olhando de longe
Era bem diferente da minha
mas nunca tive inveja e cobiça
pelas coisas que eu não tinha
Roseiras, camélias e jasmim
Enfeitava o tapume cercado
De roseiras e sempre vivas
Um portão de ferro gradeado
Que eu nunca pude cruzar
Só ficava de olho espichado
Quando pela dona Djanira
Por acaso eu era chamado
Ao redor do jardim florido
Um corredor ladrilhado
A casa no estilo português
Sobre um amplo varandado
Que curiosidade eu sentia
De atravessar aquele portão
Conhecer tudo o que tinha
Da casa grande do patrão
O Dr Alvaro dono de tudo
Mas quem mandava o Faustão
Filho que tinha fama de ruim
Mal visto, não falava com peão
Até pra apanhar umas laranja
Tinha que ter a sua permissão
Dr Alvaro os filhos Jairo e Ijó
Já eram diferentes e bonaçhão
Aquela imagem me segue
Da casa grande da estancia
Que trago na minha memoria
Desde o tempo da infância
Coberta de telhas de barro
Paredes verde água pintadas
altas portas e janelas vermelhas
Ricamente e envidraçadas