MORO
juntou o bagual nos ferro
a espora mordendo o coro
sentia a morte rondando
a cada corcove do moro
oito segundos no lombo
parece uma eternidade
pra ter honra de ginete
se sofre uma barbaridade
a plateia não se apercebe
até os brutos sentem medo
que na fê em nossa senhora
o ginete reza em segredo
o aporreado se levanta
baixa o toso corcoveando
mango desse, o ferro corta
suor e sangue gotejando
as navalhas cortadeiras
castigas a fera redomona
o ginete vai pontuando
até que soa a campana
amadrinhador faz o costado
na arena a vida canta
aplausos da arquibancada
toda a plateia se levanta
ginete salta do lombo
cambaleado meio tonto
as mão e os olhos pro céu
faz seu agradecimento
evoca deus lá nas alturas
pai espírito santo jesus
graças a nossa Senhora
fazendo o sinal da cruz