POR MALDADE E DIVERSÃO HUMANA

Cachorrinhos acorrentados,

Sem crime algum terem cometido.

Passarinhos engaiolados,

Sem saber ao certo por quais motivos.

Leãozinhos enjaulados...

"Gosto tanto de vocês, Leãozinhos!"

Peixinhos em aquários...

Mortos, ainda que pareçam vivos.

Cavalos e burros puxando carroças,

Quando deveriam estar soltos no pasto.

Golfinhos afogados em piscinas,

Enquanto há um oceano vasto!

Abelhinhas envenenadas... e nada!

Fazei de mim, oh rainha, um instrumento de paz!

Andorinhas sem verão – outras não virão.

Jumentinhos judiados por seres nefastos.

Onças pintadas sendo caçadas,

Não na pintura, mas na real.

Ararinhas azuis dizimadas.

No fundo, Catarina, a cena é surreal.

Macacos, coelhinhos e porquinhos...

A experiência nos alerta, lembra...

E a zebrinha listrada relinchando

Diz: isso ainda vai dar zebra!

Animais sendo traficados:

Jaguatiricas, tucanos... e cascavéis.

Rinhas, arenas, touradas, rodeios...

Todas essas coisas são abomináveis!

A fauna e a flora pedem socorro.

E a natureza geme os seus ais.

Pois “O homem fez da terra

Um inferno para os animais.”

Tudo por conta da maldade humana.

Tudo em nome da ambição humana.

Tudo pela simples inversão e diversão humana.

Nada disso, irmãos, nos irmana.

Tudo isso, irmão, nos envergonha.