COTIDIANO

Já enfrentei desertos,

Aflitos, sorrisos, saudades e mágoas,

Desejos e medos.

Já tive segredos,

Jardins em chamas,

Quereres alados,

Com a porta aberta

E o sopro entalado,

Preso de novo

Dentro do corpo,

Preso de novo.

Felicidade até parece com arco e flecha,

Sempre precisa da sincronia e vontade de outro.

Amor e esperança

Nunca livres,

Mas presos um dentro do outro.

Fidelidade até parece com prisão perpétua,

Mas é sempre quem ama

Que cumpre a pena no lugar do outro.

Resiliência e perdão

Nunca livres,

Mas presos um dentro do outro.