Cicatrizes
D Fm# Bm Em G D/F# Em A
Quantos insultos calam dentro de nós
por negarem os nossas cultos renegarem nossa voz
por nos tirarem de casa sob a luz de ferro em brasa
para servir de mão de obra e nos servir as suas sobras
Quantos indultos te resguardam sua fé
por marcar os nossos pulsos acorrentar nossos pés
por nos ter por moeda de troco sem lei e sem censura
nos privando pouco a pouco da nossa própria cultura
Quantos unguentos bastam pra curar
todos os remendos que eles fingem não notar
na nossa vida nossa lida na ferida que não cura
nossa alma endurecida que jamais perde a ternura
Quantas cicatrizes precisamos pra provar
que não basta sermos livres sem raízes sem lugar
a nossa ancestralidade fruto de sangue e suor
cuja flor hoje se abre em busca de um mundo melhor
Quantos insultos aos filhos do açoite?
Quantos indultos ao cair da noite?
Quantos esforços para arrancar nossas raízes?
E quanto às cicatrizes?