Morador de rua

Moradora de rua (feat. Mc Ralph)

R.O.B.O

Guido Campos

Ralph

Ouve aí então, ouve aí

A rua é nois, é quem?

Não sei, só sei que o universo é o rei

Ouvindo o Big Small foi nessa que eu virei

O homem que constrói

Fode também

Arruma o mundo arquiteto, absurdo

Eu piro em sua decoração, os pichos, os lambes, as gangues, o asfalto

A rodinha, os punk, o eixo, o rolimã, os truk,

Prefiro o shape do que sirene

A ascene a bandeira, deixe baixar, vários logados

Eu realmente vivo na virtualidade sem massagem

Minha barba escorre pela calçada

Tatuagens, piolhos na cabeça constroem estrada

O meu olhar para o mundo é mudo

O mundo viver como um imundo

Sinto os escuros da sombra, ouço o caminhar sob a luz solar

Prevalece minha visão sobre tudo

Os putos turcos, chineses, coreanos, baianos, lampiões

O asfalto quente e suas emoções

Terra de ninguém ou de quem?

Eu vendo tudo menos meu MP3

Minhas trilhas são a faixa 4, a faixa 6

Mandar nas costas

Cracolândia, o bloco sem foco

O foco

Residente da calçada, dono do chinelo furado, do trapo

Como são minhas sacadas

Ás vezes a loja de ferragens da mecânica

Eu gosto do salão de maquiagem

Olhar pra modelo da vitrine

E me esquecer que por alguns minutos eu sou de mim mesmo homicida

A quatro é nociva, sexta é Emicida

Falam da mesma coisa e cada qual no seu estilo

Eu sigo a minha vida, arrumo meu espírito

Minha alma, poluição sonora do pulmão

Seja bem vinda a meu exilio

(Morador de rua)

“É, eu sou conhecido como Feijão, eu entrei no mundo do crime aos 11 anos de idade, me envolvi com tráfico de drogas, assumi um 12 e depois de um tempo, quando me vi eu já estava perdendo tudo. Daí então eu enfiei minha cara no Crack e minha família não aguentou com essa situação, daí então fui morar na rua. É assim que é.”

Pelas ruas e calçadas, outra vez

Fez mais de seis mês que ele não faz nenhum prato de comida

E é muito mais embaixo a sua ferida

Não come, não tem fome, lobisomem da ferida

Vida, homem da pedra não é de aço

Depois da gargalhada cai lagrimas do palhaço

Ta formado o circo, o bico na biqueira

Vivendo no veneno da noite de sexta-feira

Até segunda-feira cedo, medo

O enredo é de filme de terror

Tentou, tentou, tentou

Correu, correu, correu

Mas te pegou

É um bicho, é um monstro, é um lixo

É um rosto sem valor

Mas meu Senhor, perdoa, por favor

Liberta do horror, liberta pelo amor

Que a dor já ensinou o que dava pra ensinar

Aqui eu vim pedir

Misericórdia

Oh, o amor traz proteção

Na rua faz sua prece e reconhece o guardião

Irmão, irmão

Agora dando a mão

Caminha no caminho que o caminho é salvação

São Jorge, guerreiro

São Miguel vence o dragão

Jesus é redentor, resgata o nosso coração!

São Jorge, guerreiro

São Miguel vence o dragão

Jesus Cristo redentor, resgata o nosso coração!

“Ofício: Morador de rua do estado de São Paulo. Morador de rua da Vila Formosa. Morador de rua do estado de Belém do Pará. Morador de rua de Minas Gerais. Morador de rua da cidade de Brasília. Morador de rua da cidade de Rio de Janeiro. Morador de rua de Porto Alegre. Morador de rua de Pirituba. Morador de rua de São José dos Campos. Morador de rua de Taubaté.”