Mãe guerreira
Mãe Guerreira
Brilho profundo, olhou pro mundo
Sobre a pele escura
Já ganhou tudo
Não se entregou, lutou, ripou, batalhou
Sozinha, teus filhos criou
Porra como ralou, como trampou, como se esforçou
Faxinando, lavando, pendurando, passando
Deixando seus sonhos pra trás
Mas o seu, jamais
Descendente de escravo de Minas Gerais
Demais, demais, é o meu amor
Frases se transformam em flor,
O flor, o flow aqui é humilde, refinada é sua história
E o seu jeito simples, o brilho castanho do seu olhar
Sempre me flagrando sem parar mesmo não sabendo dizer o que é amar
Treinada desde os doze para guerrilha
Só quem passou no
Vietnã, Afeganistão
Sabe como é difícil, um sorriso dar
Então entenderá porque às vezes uma mãe solteira
Traz consigo um triste olhar
Sem bolsa família ou pensão, se propõe a dar pro seu filho aquele pedacin de pão
Intrigando comigo desde o inicio
Papel de mãe e de pai, nove meses e mais
E mais e mais e mais
E mais
Foi ver a senhora fazer um curso de pedreiro pra poder um muro levantar
A laje enchia, como esquecer?
Morando no albergue e mesmo assim tirando o filho pra comer
Nossa faz o peito amolecer, o seu coração amolecer e
Entender e perceber que
Se vive pra morrer
Se luta pra crescer
Se guerrilha pra sobreviver
Se educa pra não ver, o filho se perder
E se perder, aposta, ele vai reerguer
Mulher, mãe guerreira, solitária
Oh, essa aqui é pra você!
Se vive pra morrer
Se luta pra crescer
Se guerrilha pra sobreviver
Se educa pra não ver, o filho se perder
E se perder, aposta, ele vai reerguer
Mulher, mãe guerreira, solitária
Oh, essa aqui é pra você!
Essa aqui é pra toda mãe solteira, pode acreditar
Que se sobressaiu por cima da diversidade
Que vieram de Minas Gerais e de tantos outros cantos mais
Se espalharam pelas cidades do país com único objetivo
Criar seu filho e ser feliz
Talvez hoje o fuzil seja a vassoura, seja o rodo
Talvez o fuzil seja o ferro de passar roupa
Ou as fitas da repreensão que traz consigo o amor da correção
Ao pé da rua escura, uma senhora escura está esperando o seu filho chegar
A lágrima escorre sobre a pele escura
Perdeu o menino pelas trevas da rua escura
Na esquina, o jovem aponta cabisbaixo não entende porque
Faz aquela senhora escura sofrer dor novamente, sofrer escura
A lua na madruga ilumina aquela rua escura
O abraço dos dois agora, pingos das lagrimas no chão
Fala mais alto do que essa canção
Se vive pra morrer
Se luta pra crescer
Se guerrilha pra sobreviver
Se educa pra não ver, o filho se perder
E se perdendo, aposta, ele vai reerguer
Mulher, mãe guerreira, solitária
Oh, essa aqui é pra você!
Se vive pra morrer
Se luta pra crescer
Se guerrilha pra sobreviver
Se educa pra não ver, o filho se perder
E se perdendo, aposta que ele vai reerguer
Mulher, mãe guerreira, solitária
Oh, essa aqui é pra você!
Pra você Dona Alzira!
Andrea, Márcia, Cristina, Maria, Rosa, Josefina, Guilhermina, Fabrícia, Claúdia, Fabiana, Cristiane.