O MENINO E O PAÍS
Sou menino correndo mansinho
Buscando carinho e dividindo o Amor
Água limpa descendo da serra
Um peito que encerra a grandeza do sol
Vivo sorrindo da minha incerteza
Bebendo na fonte do meu aprender
Zombando do ódio dos meus inimigos
Que nunca entenderam meu bem querer
Sou pedra miúda rolando na encosta
Um índio aprendiz, sou Tupiniquim
Minha floresta é a mais linda do mundo
Descobri num segundo que sou mesmo assim
Meus igarapés ainda tem a Iara
Onde o Boto trafega entre os cipós
O mundo aplaude essa coisa tão rara
Dos Uirapurus com seus belos sons
Sou Rouxinol cantando na madrugada
Nem bruxa, nem fada, herói sem fuzil
Minha caneta sempre foi minha arma
A munição é meu verso de amor ao Brasil.