RODA MORTA (REFLEXÕES DE UM EXECUTIVO)

O triste nisso tudo é tudo isso

Quer dizer, tirando nada, só me resta o compromisso

Com os dentes cariados da alegria

Com o desgosto e a agonia da manada dos normais

O triste em tudo isso é isso tudo

A sordidez do conteúdo desses dias maquinais

E as máquinas cavando um poço fundo entre os braçais

Eu mesmo e o mundo dos salões coloniais

Colônias de abutres colunáveis

Gaviões bem sociáveis vomitando entre os cristais

E as cristas desses galos de brinquedo

Cuja covardia e medo dão ao sol um tom lilás

Eu vejo um mofo verde no meu fraque

E as moscas mortas no conhaque que eu herdei dos ancestrais

E as hordas de demônios quando eu durmo

Infestando o horror noturno dos meu sonhos infernais

Eu sei que quando acordo eu visto a cara falsa e infame

Como a tara do mais vil dentre os mortais

E morro quando adentro o gabinete

Onde o sócio o e o alcaguete não me deixam nunca em paz

O triste em tudo isso é que eu sei disso

Eu vivo disso e além disso

Eu quero sempre mais e mais

O triste em tudo isso é que eu sei disso

Eu vivo disso e além disso

Eu quero sempre mais e mais

Mais e mais.

Cantor: Sérgio Sampaio foi um cantor e compositor brasileiro.

https://youtu.be/ir1COooBf3k

Sérgio Sampaio
Enviado por Francisco Ohannah Oleanna Osannah Galdino em 12/12/2022
Código do texto: T7669982
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