DEIXEM ELA SAMBAR

Deixou a cerveja esquentando na mesa, o copo parado não era a intenção.

Nas pontas dos dedos morreram os acordes, daquela que era a sua canção.

No peito o aperto de mil segredos,

nos olhos o brilho de admiração.

Por ela que era o motivo de tudo, sambando segurando a saia com as mãos.

Naquele gingado, se escondem desejos, quem olha percebe no ar a tensão.

E o tempo parece que corre mais lento, pra quem não consegue calar o coração.

E em cada rodada ele sofre por dentro, por ver nos olhares de outros, a mesma paixão.

Fingindo que não sente o medo, canta mais uma vez o refrão.

Deixem ela sambar!

Deixem ela sambar, tá perfeito.

Deixem a mente liberar a imaginação.

Brinquem, só não percam o respeito,

o pagode maneiro é sem vacilação.

MARCÍLIO TORRES FILHO
Enviado por MARCÍLIO TORRES FILHO em 23/11/2022
Código do texto: T7656537
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