Sonho, sobre a mesa.

A um sonho sobre a mesa

Repartido entre os filhos pobres

A um gosto estranho na sobremesa

E os filhos a fintam, desejando-a tanto.

Mesmo que seja ilusório, é o que a fome causa aos pobres.

O olhar que causa pena

A testa franzida, com destino escrito a caneta

A fome é quase a capela

Mas teatral a quem causa promessas

Enchermo-nos de promessas, alimenta mais que a comida

A sua mentira, talvez fosse sua fraqueza.

Pois disfarça e esquece das promessas feitas

Campanhas feitas com dinheiro sujo.

Obras inacabadas, hospitais abandonados

A saúde e a educação marginalizadas

Crianças pobres, fintam o sonho sobre a mesa

Suas fraquezas, são motivos de campanhas.

Um filme que retrata a fome.

É o mesmo que ganhara Cannes

Ira provocar arrepio e espanto.

E será comentado nas mesas fartas.

E logo depois, como uma lagrima.

Que some conforme despenca do olhar triste

Será esquecido e virara uma covardia, um medo qualquer.

E a fome será rainha, em todos os becos pobres.

E sobre a mesa teremos novamente um sonho.

Para ser repartido entre os filhos pobres.