MEU CANTO
Meu canto, hoje perdeu o encanto.
Dei vazão a todo pranto que um dia eu guardei.
Das lágrimas que escorreram fez-se um rio,
que segue um triste caminho solitário dessa vez.
Sem companhia, vazias estão as suas margens.
No silêncio da paisagem, minha dor eu derramei.
Marcados estão meus passos, para quem vier depois seguir.
Pra não sofrer o mesmo destino reservado a mim.
Deixe o silêncio, fazer os acordes dessa canção.
E por mais triste que seja toda a dor da solidão,
assim foi como escolhi, viver o meu dissabor.
Ouvindo os sussurros do rio perguntando quem sou.
Em minhas memórias tardias, busco antes do fim,
para ver se a lembrança de quem eu era
te mostre um pouco de mim.
Talvez assim, verás algo a mais,
muito além da tristeza, deixada pra trás.