A CARTA - DJAVAN

A Carta - Djavan

Não vá levar tudo tão a sério

Sentindo que dá, deixa correr

Se souber confiar no seu critério

Nada a temer

Não vá levar tudo tão na boa

Brigue para obter o melhor

Se errar por amor Deus abençoa

Seja você

No que sua crença vacilou

A flor da dúvida se abriu

Vou ler a carta que o Biel mandou

Pra você, lá do Brasil.

“Eles me disseram tanta asneira, disseram só besteira

Feito todo mundo diz

Eles me disseram que a coleira e um prato de ração

Era tudo o que um cão sempre quis

Eles me trouxeram a ratoeira com um queijo de primeira

Que me, que me pegou pelo nariz

Me deram uma gaiola como casa, amarraram minhas asas

E disseram para eu ser feliz

Mas como eu posso ser feliz num poleiro?

Como eu posso ser feliz sem pular?

Mas como eu posso ser feliz num viveiro

Se ninguém pode ser feliz sem voar?”

Ah, segurei o meu pranto para transformar em canto

E para meu espanto minha voz desfez os nós

Que me apertavam tanto

E já sem a corda no pescoço, sem as grades na janela

E sem o peso das algemas na mão

Eu encontrei a chave dessa cela

Devorei o meu problema e engoli a solução

Ah, se todo o mundo pudesse saber

Como é fácil viver fora dessa prisão

E descobrisse que a tristeza tem fim

E a felicidade pode ser simples como um aperto de mão

Entendeu?

É ESSE O VÍRUS QUE EU SUGIRO QUE VOCÊ CONTRAIA

NA PROCURA PELA CURA DA LOUCURA

QUEM TIVER CABEÇA DURA VAI MORRER NA PRAIA

Composição: Djavan / Gabriel Contino (O pensador)

Velucy
Enviado por Velucy em 01/05/2022
Código do texto: T7506908
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