Negro forte
Negro forte, altaneiro,
Com um toque varonil.
Sofredor, firme e guerreiro,
Trouxe o samba pro Brasil.
Hilária Ciata, a Tia,
Com o seu sonho fagueiro.
Levou o samba da Bahia,
Para o Rio de Janeiro.
Negro forte, negro belo
Da casa casa grande e senzala;
Fez de um canto singelo,
Uma voz que não se cala.
Tem samba, tem alegria,
Fidalguia de salão.
Tem banzo, tem nostalgia,
Tem companhia e solidão.
Negro forte, africano,
Chorou muito, mas sorriu.
Só logrou engodo e engano,
Quando, da África, saiu.
Negro forte, lutador,
Percebeu astúcia ardil.
E hoje vive com amor
Nestas terras do Brasil.