Que faço para agradecer a misericordia doçura de uma pomba
Que faço para agradecer a misericordia doçura de uma pomba.
Sim, proponho.
Disponho e confesso.
Minha face sem formosura.
Um coraçao que viveu fisura.
Um corpo rejeitado.
Pés cansados, pisoteados.
Olha, que faço eu, que a pomba assente.
No semelhante, em uma gente.
Sim, um povo sedento.
Ora, como sertão castigado.
Como uma floresta devastada.
Como um rio que desagua esgoto.
Veja, como podemos se alegrar com um boto.
Muitos dragões cospem fogo em nós.
Gigantes, poderosos, ferozes.
Eu, oh, que posso eu.
Tenho aqui.
Dois joelhos machucados.
Triturados.
Feridos.
Oh, meu joelhos, toma.
Sim.
Toma.
No chão coloco.
Clamo nessa humilde rima.
Creio, é tu Altíssimo que assina.
O pomba repousando.
Terra de Santa Cruz.
Terra de vera cruz.
Eu creio.
Pulverizando.
Toda estação.
O vôo de uma pomba, o coração, uma gente, sempre e sempre nesse clima.
Rendemos a ti como a pátria da vida, tantos homens mil.
Uma humilde terra, de uma árvore Brasil.
Giovane Silva Santos
Giovane Silva Santos