Samba dolente
Eu fiz este samba dolente no meu barracão,
Tocando a viola plangente e meu violão.
Os meus pensamentos sombrios vieram, enfim,
Cantei este samba dolente em um butequim.
Cantava a fauna, a flora e a primavera,
O pranto, a vida infortúnia, os sonhos, quimera.
Senti que o samba dolente, não me satisfez,
Pra não duvidar mais de mim, cantei outra vez.
Um samba sombrio, sem graça, foi o meu revés,
O pranto chorado por mim, caiu aos meus pés.
Cantei este samba dolente, em vil solidão,
Percebi que este samba dolente é samba-canção.
O samba dolente, chegou de repente,
Pra me alegrar.
Com a alma sofrida, fiquei nesta vida,
Tristonho a chorar.
No próximo samba, terá gente bamba,
No samba-raiz.
Com a inspiração na minha canção,
Serei mais feliz.