Entrego a ti
Entrego a ti
Senhor, eu que nada.
Sim, nada tenho e nada sou.
Leigo, desprovido da maestria.
Que logo, tanto, tanto apanhou.
Prantos, sangramentos jorrou.
No velório.
Vales, desertos, gigantes.
Muralhas, escravidão, opressão.
Foi, é vasto o repertório.
Apresento Senhor, essas perseguições.
Tantos, tantas, são os levantes, as difamações.
Calúnias, desdenho.
Pois realmente nada tenho.
Somente desprezo e acusações.
De fato.
Percebe o inimigo, no mover, no ver, no tato.
Quão, tão minúsculo, fraco e incapaz.
Mesmo assim, assolam minha paz.
Investidas, tentam esmagar minha mente.
Atormentam, deveras prazer alucinado.
Ver me perturbado.
Um eloquente.
Entrego a ti.
Tome minha causa, meu todo, minhas queixas.
Veja, se há exagero.
Veja quão foi o desespero.
Não, nas mãos dessa maldade, não me deixa.
Chamo e busco, suplico e imploro.
Rogue por mim.
Somente a ti.
Creio na tua justiça.
Por isso chamo, creio e oro.
Giovane Silva Santos