Eu na gafieira
Fumei, bebi a noite inteira,
Me embalei na gafieira,
Numa dança de salão.
No gingado da mulata,
Com meu terno e gravata,
Entoei uma canção.
Com o senso de aprendiz,
Me senti muito feliz,
Revirando o meu sapato.
Sou sambista de raíz,
O meu samba me condiz,
Sou caboclo, sou mulato.
Gosto de samba-dolente,
Sincopado ou samba quente,
Sou Pilintra, sou "Seu Zé."
Me acabei na gafieira,
Não foi coisa derradeira,
Voltarei, se Deus quiser!