Saudade do Bairro dos Messias

Saudade do Bairro dos Messias

Na poeira dessa estrada vejo o Bairro dos Messias

O campinho da escola da professora Maria

E o coreto da igreja onde nascia o amor

Passava a tarde inteirinha

brindando com caipirinha na venda do seu ‘Genor.

As histórias mal contadas desses companheiros meus

Edimilson, Demarzinho, Toin Massola e Clorineu

O João gordo cacheteiro, parceiro do Beneval.

Cirço preto bom de bola

Que nunca foi pra escola e ensinava futebol.

Zezé chamava os amigos com uma dose de requinte

Juca e seu parati saíam do ponto vinte

Procuravam um bailinho visitando o Dengão

Enquanto o povo dançava,

Abraçava a mulherada, encostados no balcão.

No domingo tinha jogo de futebol de fazenda

Oscar escalava o time, que agora virou lenda

No barranco atrás das redes, Tinha a Geni em um canto,

No outro, o Joaquim de Lara,

Vendo a cobrança de falta e o gol do Cirço Branco.

Agora que estou velhinho e tudo virou saudade

Vejo que um dia eu tive uma vida de verdade

Levanto e saio pra rua mas não encontro um amigo

Meus olhos enchem de pranto,

Então bebo no meu canto no boteco do Rodrigo.

Clodoaldo Dias dos Reis