Malandro-agulha

O malandro avarento,

Faleceu, não teve sorte.

O dia do seu "pagamento",

Foi dia da sua morte.

Não ficou com o dinheiro,

Só ganhou um gurufim.

Comentaram o dia inteiro,

Na porta do butequim.

O safado era mestre,

De engano e rapinagem.

Um tremendo cafajeste,

Na bagunça e sacanagem.

O malandro arruaceiro,

Faleceu em tempo errado.

Quem ficou com o dinheiro,

Foi o dono do mercado.

O malandro falecido,

Feneceu no ratatá.

O dinheiro subtraído,

Não deu tempo de gastar.

O malandro morreu de tiro,

De fuzil e escopeta.

O seu último suspiro,

Foi conversar com o capeta.

Só arrumava"barraco",

Fama de mau, ele tinha.

Ele deu o seu buraco,

Mas não perdeu sua linha.

Esse tal malandro-agulha,

Vacilou; grande babaca.

Hoje seu corpo entulha,

Numa eterna urucubaca.

Valério Márcio
Enviado por Valério Márcio em 07/01/2022
Reeditado em 09/01/2022
Código do texto: T7423656
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