Malandro-agulha
O malandro avarento,
Faleceu, não teve sorte.
O dia do seu "pagamento",
Foi dia da sua morte.
Não ficou com o dinheiro,
Só ganhou um gurufim.
Comentaram o dia inteiro,
Na porta do butequim.
O safado era mestre,
De engano e rapinagem.
Um tremendo cafajeste,
Na bagunça e sacanagem.
O malandro arruaceiro,
Faleceu em tempo errado.
Quem ficou com o dinheiro,
Foi o dono do mercado.
O malandro falecido,
Feneceu no ratatá.
O dinheiro subtraído,
Não deu tempo de gastar.
O malandro morreu de tiro,
De fuzil e escopeta.
O seu último suspiro,
Foi conversar com o capeta.
Só arrumava"barraco",
Fama de mau, ele tinha.
Ele deu o seu buraco,
Mas não perdeu sua linha.
Esse tal malandro-agulha,
Vacilou; grande babaca.
Hoje seu corpo entulha,
Numa eterna urucubaca.