" Jornais da Manhã "
Os jornais da manhã
Desenharam teu nome
Ensanguentado de tintas azuis
Tão carregado de tintas azuis
Azuis, azuis
Estes jornais da manhã
Nervosamente pintaram-te
Exageradamente carmim
Mas os jornais são assim
Todo jornal é assim
Na camisola do vento
Na solidão da retina
A valsa desafinou
A dança atropelou
Os passos da bailarina
E eu fiquei sem saber
O que era ser e não ter
E o que a vida prepara
Porque a vida tirou
Sua presença de mim
O raio alegre de sol
Que te embalava contente
Te escondeu entre os dentes
Foi te colar docemente
Na flor lilás do jardim
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Sob qualquer bandeira
A vida é breve
Um sopro fugaz, um momento
Algo que se deve respirar feliz
Antes que deságue o sofrimento
É eternidade
Se um sonho acalento
E se estás bem junto de mim
Eu sou como o dono do vento
Procuro a paz
Com a ternura de quem quer carinhos
Eu quero ver o sorriso dos homens
Pavimentando de amor os caminhos
Vem ficar comigo
Mesmo que todos levantem barreiras
Vamos falar a linguagem do mundo
E adormecer sob qualquer bandeira .