Imperfeita simetria
Neste poema gótico,
Escrevi um texto exótico,
Que não dá pra entender.
Não encontrei paradigmas,
E nem descobri os enigmas,
Não posso compreender.
Eu deitado no cubículo,
Com pensamento ridículo,
Não me veio inspiração.
E com o meu corpo ébrio,
Me sentia um tenébrio,
Só pescando tubarão.
Com sentimento sórdido,
Me sentia muito mórbido,
Sem vontade de escrever.
As singelas oxítonas,
Nem as proparoxítonas,
Vieram me socorrer.
Eu sou leigo, não barítono,
No verso paroxítono,
Não posso balbuciar.
Quero música sinfônica,
Uma energia atômica,
Para assim, poder cantar.
Este poema rústico,
Muito pobre, não acústico,
É imperfeita simetria.
Eu, naufragado em tédio,
Não obtive o remédio,
De uma pura sintonia.
Sem ensinamento acadêmico,
Fiz este texto polêmico,
Sem nenhuma inspiração.
Só queria uma música,
Com sanidade difúsica,
Ou uma bela canção.
Não sou político em plenário,
Eu dispenso todo erário,
Sou honesto, pode crê!
Tenho orquídeas e lírios,
Nos jardins eu tenho os brilhos,
E as flores pra oferecer.