Solidários
Já não sento mais
naquela mesa de bar,
nem canto de pé, até...
que nosso canto viesse à encantar
e, desconhecidos, convidassem a tomar lugar.
Solidários... sempre haviam dois copos
e tanta quanta cerveja bebericamos assim...
cantando.
Felizes!
Já nem existe o tal do bar,
mas persiste essa vontade
de cantar, encantar, mas, cantar sem ti,
encantar só... por ti cantar;
senti ao longo desses anos
a ausência da tua voz,
desse dueto,
que se foi.
Por quê!?...
Tantas vezes já pensei, porquê?
São tantos porquês?
Aceito, nesse tácito aceite
que a vida impõe,
eis, que não há contraponto,
mas, cada vez que encontro uma mesa vazia,
volta a lembrança e,
com ela, a boa saudade... volta
e volto
a cantarolar
sem ti,
sem ti;
confesso
saudades
senti de ti
e do bar,
onde tantas vezes
inspiramos
alguns,
solidários,
a cantar.