SE O SAMBA MORRER
Escrevi um samba
Ensaiei com um banda
Cada refrão
Pra não passar vergonha
Na avenida
Um fim de semana inteiro
Zelo pela minha escola
Velhos amigos
Poesia nova
Versos postos a prova
Um desfile de respeito
Mas que descepção
Uma lágrima começou a descer
Apareceu uma tal pandemia
Apagou o brilho
A avenida está vazia
O que fez chorar meu coração
Ah como me lembro bem
Quanta emoção
Ah como me lembro bem
O Samba em ação
Mais vivo que o Samba
Só mesmo a minha imaginação
Onde estão as alegorias
Onde está a velha Guarda
Cavaquinho , banjo e violão
O povo nas arquibancadas
A alegria do meu Brasil
O Canto na nação
Ainda me lembro bem
A Musa Rainha da bateria
O Surto , tãntã e meu bandolim
O Rio de Janeiro Tinha vida
Era as cores em harmonia
Rimas e melodias
O Samba tinha sua vez
Na voz do povo
Tinha o meu refrão
Não deixe o samba morrer
Não deixe o samba morrer
Se o samba morrer
Morre com ele
O Poeta e sua poesia
Uma noite gelada e fria
Um Rio de Janeiro
Sem praias , sem Sol
Será fim do nosso verão
André Vilas Boas Santos
16/ 09/ 2021