PRENÚNCIO
Fumaças, queimadas...
São os sinais do fim.
O fogo, queimando as matas,
Arde em mim.
Que olho para o olho
Do meu filho – e o que vejo?
É um negro futuro.
Um futuro negro. Negro!
As cinzas, as horas...
Se apressam, sim!
Os ventos, as águas...
Prenunciam o fim.
E eu com a minha viola
Canto um pouco, penso e peço:
Parem com as queimadas!
As estradas do regresso.
Peço! Eu penso...
...Que o olhar vermelho
reflete a chama.
Coivaras, desertos...
Que o homem não ama.
O que será de nós?
O nosso sonho aqui se encerra?
Qual será o destino da vida?
Do planeta terra? Terra!