Paz guardiã

Eu sou o amor sempre compartilhado.

O calor do meu peito aquece a manhã.

Estrelas de ouro formando um bordado

o gesto encantado, a febre pagã.

Eu sou o silêncio das horas perdidas

a sombra que esconde a noite em mim.

O grito engasgado, sou rosa esquecida

num canto da vida, eterno jardim.

Eu sou o luar que sustenta a secura

da mágoa sem dor, do cansaço sem fim.

A marca do tempo é o que transfigura

a luta , por dentro, entre o não e o sim.

Eu sou o amor que acalma e enternece

o fio da brisa tecendo a manhã.

o sol que me queima, a luz que me aquece

é o sumo da prece, a paz guardiã.

Marilia Abduani

Marilia Abduani
Enviado por Marilia Abduani em 04/09/2021
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