Vai passar
Vai passar!
Vai passar! Vai passar!
É o grito do ventre da Terra
navega nas águas da noite
o que a esperança desterra.
O beijo do sol sulca o dia
e foge no tempo veloz.
Do medo desponta a alegria
e espalha a cadência da voz.
O tempo presente carece
de braços e abraços de paz.
Abrindo caminhos da prece
num instante, a dor se desfaz.
O emaranhado de riscos
do ventre do mundo a escorrer
E o verdor da vida em seu viço
Fará a aurora nascer.
Marilia Abduani