Ausência
AUSÊNCIA
A noite imponderável
dentro de mim guardada.
A insistente espera
de uma vida abençoada.
Este mar onde eu mergulho
a saudade, o desvario.
Dentro de mim, de tudo,
só um infinito vazio
Ânsia de beijos e abraços,
o sumo da eternidade.
O ilimitado anseio,
alheio a toda vontade.
A vida vivida a esmo,
a nódoa da indiferença.
Resta o meu suspiro fundo
ante a saudade imensa.
Deito na noite o desejo,
uma vontade latente:
Tua língua em meu beijo,
tua carne entre os meus dentes.
No silêncio só se escuta
talvez, um grito, uma prece.
A lembrança absoluta
quando a alma não esquece.
Qualquer movimento é triste
no quarto sombrio e ermo.
Nem respirar é preciso.
A dor não tem meio termo.
Marilia abduani